20151119

A relação entre Arte e Política.

Esse vídeo é uma demo das entrevistas realizadas por mim para a minha pesquisa de mestrado no Museu de Arte Contemporânea, na USP. Foram entrevistados especialistas ligados ao tema de Arte e Cidade, Arte e Política: a arquiteta e urbanista, Raquel Rolnik, o pós doutorando em ciência política, Acácio Augusto e o autor do livro "Insurgências Poéticas. Arte Ativista e Ação Coletiva.", André Mesquita. 
No decorrer da pesquisa foram entrevistados seis integrantes do Organismo Parque Augusta e nesse vídeo constam apenas três entrevistas com Ana Dulce Pitan MaraschinHenny Freitas e Mariana Ribeiro
O vídeo será montado por completo até o ano de 2016, data prevista para o término do meu mestrado.

https://vimeo.com/140375331

20130902

Mediação, Mediações...

Sábado, dia 31, foi o primeiro dia do curso "Mediação na Arte e na Cultura", no Itaú Cultural, com o professor José Marcio Barros.

Deixo disponível minhas anotações de aula. Em breve será disponibilizada essa aula no youtube. Assim que tiver o link, posto aqui no blog. 

Trânsito entre concreto e abstrato = mediação

No caso desse curso, a mediação não é só o objeto, é o contexto. O processo já é uma mediação.

Mediação nas instituições:

Esquecer essa idéia que mediação é um trabalho civilizatório. Repensar isso.

Cultura como adjetivo - acrescenta algo a uma outra.
Cultura como substantivo - é a própria coisa.

Como adjetivo:
Obj: Promoção da instituição.
Prioridade: a missão da instituição
Mediação: Instrumental e oportunista.

Como substantivo:
Obj: os direitos culturais
Prioridade: a dinâmica cultural
Mediação: processual e finalística.

A mediação: capacidade de ouvir e trabalhar c / público. Para de trabalhar com público-alvo e consumidor. Dar voz ao público para que ocorra a mediação. Mediação apenas de um "lado"não é mediação. 
As instituições organizam um programação e depois utilizam estratégias de marketing e divulgação para atingir o público-alvo, sendo que, para ocorrer a mediação, que é um processo, o público teria que ser ouvido nas suas intenções, entendimentos, cultura, e a programação ser feita pensando nos aspectos relacionados ao público. É quase um estudo antropológico.

A cultura ainda é uma paisagem insuficiente.

3 riscos o conceito de mediação:
- A naturalização do conceito - entre 2 coisas.
- generalização das práticas - p/ alguém.
- a redução a práticas educativas - pedagogização.

Etimologia:
intercessão: agir por
interposição: colocar-se entre
intervenção: agir entre
Mas ainda não são suficientes.

Mediação - agir com e agir entre: Sujeitos, contextos e situações.

A mediação não cabe apenas nas ações educativas. Mas o educativo cabe na mediação.

Enquanto a mediação estiver condenada ao educativo das instituições, não haverá a "verdadeira" substantivação da mediação. Ou seja, nas instituições cabe ao educativo a relação, preocupação e palavra c/ o público. Enquanto curadores e artistas estão no pedestal.

Mediação - conjunto de ações que se realiza na esfera pública e que se configura com conexões entre ações sociais e representações.

Pressupõe reconhecimento:
- da natureza comunicativa da cultura
- da natureza cultural da comunicação e
- da condição ativa dos sujeitos em processos de interação

Todos são responsáveis pela cultura dentro de uma instituição. Isso é mediação. É algo mais amplo. Abarca um conjunto de sujeitos, contextos e situações.Nesse caso, o público "ajuda" na formação da programação cultural.

Política não é apenas para ps artistas e para a arte. É para o público também.

Não adianta baratear o preço do espetáculo, sem pensar tbm na mobilidade (horário e acesso ao transporte público). O público tem que ter acesso aos bens culturais.

A mediação não pode ficar restrita ao educativo, nem ao pedagógico.

Processo de mediação - includente ( e não excludente e civilizatório).

Tom Zé - modelo de mediação - propostas que horizontalizam. (sem hierarquia entre artista e público)

P/ Antropologia:

Cultura é ela própria um processo de mediação. A mediação é um pré requisito para a condição humana. Ou seja, Ninguém escapa da mediação.

Não somos nós (agentes culturais) os únicos responsáveis pelos processos de mediação numa sociedade.

Na Comunicação:

P/ Mc Luchan - O meio é a mensagem.

Martin Barbero - Passamos dos meios à mediação, das mensagens à interação.

José Luis Braga - 3 subsistemas de Com. :
                           emissão
                           recepção
                           resposta social ( o que se faz com)

Mediação como processo de CIRCULARIDADE.

As instituições vão criar mediações para dialogar com as mediações externas (que já acontece naturalmente na sociedade)

A mediação refere-se ao espaço simbólico ou representativo da emissão, recepção e resposta social.

Mediação não é instaurar algo e sim, criar algo que dialogue com a mediação externa.

EMISSÃO, RECEPÇÃO E RESPOSTA SOCIAL:  é circular
                                               ou seja
                                                       a mediação é circular - um processo aberto


Mediação - são as articulações entre práticas e representações de diferentes tempo-realidades e matrizes culturais.

Mediador - produzir sentido de não significado através de uma obra.

Mediação - atividade de produção de sentido. E não de disciplinamento de comportamento.

Mediação = ESPAÇO DE TENSÃO

Se através da linguagem se faz a transição do sensível para o inteligível, por meio da mediação, o trânsito entre o Eu e o Outro se realiza.

Linguagem: verbal, corporal e escrita.

POLIFÔNICO.

Mediação - circulação de sentidos nos sistemas culturais. Simultaneamente significações individualmente codificadas e sentidos socialmente produzido.

Cultura = individual + social (coletivo)

Ainda, mediação é reduzir a distância entre sujeitos e objetos de sentido.

O mediador é, ou deveria ser, todos da instituição, do curador ao segurança.

CULTUAR = Igreja
CULTIVAR = Centro Cultural

Aliás, o público não pode ser mediador?

De espaço instituído, para espaço instituinte (Deleuze e Guatarri).

Suspende as fronteiras entre o ordinário do cotidiano e o simbólico.

Mediação - diz respeito as formas de apropriação que se dão tanto por aproximação quanto por estranhamento. (permitir o estranhamento)

Mediação - DIALOGA / TENSIONA

Mediação é espaço de trânsito entre sujeito e situações.

Modelos de mediação que respeite as diferenças.

3 níveis de diálogos culturais: (tridimensionalidade)
INTRACULTURAL
INTERCULTURAL
TRANSCULTURAL

Com Jean Baudrillard em Simulacros e Simulações. Vocês estão preocupados em acionar "hipermercados culturais"ou preocupados  com direitos culturais.

Com Pierre Boudieu, conceitos de capital cultural e habitus que, nos contextos onde "falta"cultura, também falta a percepção de sua falta.



A mediação proposta por José Marcio Barros eu chamaria de anarquia mineira, ou é uma visão de primeiro mundo, onde as hierarquias são horizontalizadas. Faria parte de uma política cultural, caso existisse aqui no Brasil.

20100808

Banco Palmas


Iniciativa de crear una moneda comunitaria local. 


Hace pocos meses los del banco crearon una pousada en el barrio para
atender a todos los periodistas que vienen a saber más de cómo
funcionan, antes debían quedarse en el centro de Fortaleza, a 25 km.

Lo que cuentan es fascinante, empezaron los primeros en el 98, ahora
llevan la red de bancos comunitarios de Brasil y tienen un crecimiento
exponencial: en el 2009 había 34 bancos, ahora son 51 y a final de año
serán 100. Cada banco con su propia moneda local, que se usa sólo en
pueblos o barrios pequeños. A pesar de ser pequeños, fueron procesados
dos veces por el banco central de Brasil porque los veía como una
amenaza para el real. Ahora han conseguido llegar a un acuerdo para
seguir funcionando sin problemas, y hay un proyecto de ley que les
daría mucha más fuerza.

De forma simplificada para abreviar, se trata de una iniciativa que
reinventa el dinero para utilizarlo de forma social para ayudar a los
pobres, siguiendo principios contrarios al capitalismo. Incluso hay
economistas que anticipan que éste será el modelo a seguir cuando la
crisis haga quebrar al sistema con sus monedas oficiales: el dinero de
las monedas locales no se puede usar para especular en los mercados
financieros, ni en la bolsa, ni enriquece a las grandes
multinacionales, ni sirve para acumular grandes riquezas. O sea, se
utiliza sólo para lo que se creó el dinero inicialmente, que es ayudar
a efectuar el trueque. Ayuda a crear riqueza, y no a destruirla como
las monedas oficiales, incentiva la cooperación y no la competencia.
Fue un sistema que se desarrolló en la crisis de Argentina aunque ya
hubo experiencias anteriores (Ya en 1694 un consejero del rey Luis XIV
escribía que para que un país sea rico no es necesario mucho dinero,
sino que el mercado fluya permanentemente, sin alentar el ahorro.
Después en 1930, Silvio Gesel creó la teoría de funcionamiento de
estas monedas). En Argentina funcionó bien durante 15 años, y se vino
abajo en sólo 15 días por culpa de un grupo o un municipio que al
falsificar la moneda hizo perder la confianza. Para protegerse de este
peligro en el sistema de Brasil han establecido la paridad con el
real, o sea una moneda comunitaria (palma, par, bem...) vale lo mismo
que un real. El banco además da prestamos en palmas o reales, en
palmas no cobra intereses. El objetivo es que crezca con la ayuda de
los pobres, son los pobres que se ayudan entre sí. Ahora sólo hay unos
50.000 palmas circulando en el barrio, pero según Joaquim dice, no es
sólo la cantidad que hay que mirar sino la circulación.

El banco está en la sede de la asociación de moradores del barrio, y
ésta es sólo una de las iniciativas que han tenido desde el 73. En esa
fecha el gobierno de la dictadura decidió desalojar a familias pobres
de pescadores de la zona costera de Fortaleza donde quería construir y
especular. Llevó a las familias en varios camiones y los abandonó
cerca del que era entonces el basurero de la ciudad, en el campo sin
indemnización, sin casas, sin electricidad, sin agua potable, sin
alcantarillado, sin nada de nada. La gente supo organizarse para
reclamar servicios y construir ellos mismos sus casas y un canal de
drenaje, ahora tienen una radio comunitaria, una escuela de circo, una
guardería, una empresa de ropa, de productos de limpieza, una banda de
música, etc.

Sólo entrar en el banco impresiona, hay una tienda de productos
fabricados en el barrio, un gran retrato del Che, los talleres de
costura y productos de limpieza y las oficinas donde encontré a un
vasco que está aquí con un programa de cooperación de una ong. Uno
puede moverse tranquilamente por dentro, sólo hay un vigilante armado
junto al cajero del BB (en reales, claro) Bueno termino, podéis leer
más aquí:

http://www.youtube.com/watch?v=h8YLFKr7lZs&feature=related

http://www.economiasolidaria.org/noticias/monedas_sociales_crecen_y_fortalecen_las_economias_locales_en_todo_el_pais

20100630

REVERBERAÇÕES 2010 - 4º EDIÇÃO



REVERBERAÇÕES acontece a cada 2anos, desde 2004.

Mostra de videos CIRCUITOS COMPARTILHADOS, encontros para o MAPA SOBRE RUPTURA e TRANSFORMAÇÃO, exposição do ACERVO CORO, entre outras atividades!

Festival de Cultura Colaborativa, com foco em arte, ativismo e processos coletivos de trabalho e criação.


FAÇA SUA INSCRIÇÃO GRATUITA PELO SITE:


Cultura Colaborativa baseia-se no conceito de que o fazer criativo se dá pela informação e conhecimento livre e compartilhado. Trata-se de um encontro aberto e participativo, que articula e agrega diferentes profissionais que trabalham com novas metodologias, processos coletivos de criação e/ou iniciativas culturais colaborativas atuantes no Brasil e no exterior. 







O Reverberações agrega princípios como: colaboração, autogestão, autonomia e inter-independência na produção atual das artes visuais e cultura brasileira. Isso prevê a arte também em relacionamento com a ecologia, política, questões sociais, economicas e de trabalho, entre outros.











De: 7 a 10 de julho de 2010.






Gratuito!






local: Espaço Matilha Cultural






Rua Rêgo Freitas, 542 - República - SP













Design Cultural e Realização: Nexo Cultural Agencia de Design Cultural e Sustentabilidade





















20100414

Heyk Pimenta

O artista profissional para sê-lo tem que conhecer quantos arcabouços instrumentais? 1 - O de ser artista, conhecer técnica e poéticas que envolvam seu ofício de criar lugares mentais e categorias de pensamento, objetos de contemplação estética e de reflexão, o artista tem que ser um atualizador de potencialidades virtuais. 2 – O de ser projetólogo, pelo advento nos últimos vinte anos de um mecanismo de financiamento à arte que tem cara de mecenato, mas no fim a financia com dinheiro público e que exige justificativas, contrapartidas, objetivos e apresentações em um novo idioma, o da projetologia. 3 - O de relações públicas, deverá ter boa relação com captadores de recurso, advogados e contadores, e claro, marqueteiros das empresas, que no papel são as, financiadoras da arte no Brasil. Nenhum desses caras citados tem qualquer coisa a ver com o mundo da arte, porém se colocam como intermediários instrumentais para a viabilização dos processos artísticos, sim cobram pedágio, e acredite eles e não os artistas foram os que mais lucraram com esse mecanismo que vem junto com a democracia no Brasil, recente. 4 – O de professor, ainda assim: sabendo ser artista, projetólogo, relações públicas, o artista não paga suas contas na íntegra, e precisa dar aulas: de auto cad, de dança, de violão, oficina de poesia, pintura, edição de vídeos, e aí cumpre ainda um outro papel: o de formador de público crítico ou interessado no mínimo, para contemplar as artes que ele, o artista desenvolve, mesmo que esse aluno não venha a ser assim tão artista quanto seu professor.

O artista então, mesmo formando alguns interessados no ofício acaba sendo além de tudo isso, público. Ele é a maior parcela presente no cinema de autor, nos espetáculos de teatro e dança contemporâneos, o único que lê autores vivos, o único que escuta música instrumental e experimental, o único que vai a galerias e assiste a performances. Logo, o artista se torna além do já exposto, o cliente final de todo o processo artístico. Pesquisa sua linguagem para desenvolvê-la e tem suas questões para com elas oferecer essas tais novas categorias, para isso bate projetos, projetos que nem o pagam bem, e nem formam público, então dá aulas para completar o orçamento e acaba criando aluninhos que vão vê-lo se apresentar, tudo isso para que o artista possa fazer arte. E no fim o artista na plateia olha o espetáculo do outro artista e pensa: esse cara não entendeu nada, com isso não vai tocar ninguém. Acho que outro ponto precisa ser incluso: 5 - o de interlocutor, dada a fragmentação da contemporaneidade; todos falam línguas outras e ninguém se entende, e nem se sente inquieto com as inquietações do outro.

Talvez essas novas já velhas e caducas condições para o exercício do ofício artístico sejam um jeito pra fomentar pesquisas artísticas em profundidade, pra formar olheiros pra arte, pra encher bolsos de advogados, para fazer o artista ir ver o amigo artista no seu espetáculo, mas acho que falta alguma coisa.

20100327

Exposição Lambe-lambe

Começa dia 28 março, domingo, as 10:30
Termina dia 27 de abril, as 17:50
Local: Quiosque 8 - Parque da Água Branca. Av. Francisco Matarazzo, 455.



O lambe-lambe é uma imagem essencialmente nômade. Daí resulta sua grande versatilidade e a desenvoltura com que transita entre espaço público e privado – característica que o coloca em posição singular e privilegiada, no contexto da reflexão artística contemporânea. Obras idênticas vão sendo transformadas pela cidade: em cada nova locação, signos urbanos interferem em seu conteúdo, sugerindo diferentes leituras. 

O lambe-lambe vem se tornando, cada vez mais, um campo fértil à experimentação gráfica, abarcando xilogravura, stencil, desenho, fotografia, tipografia e imagem digital. O laboratório dessa experimentação pode ser pensado como uma continuidade entre atelier – ou computador – e cidade. Nisso ele se diferencia daquelas manifestações de arte de rua cuja elaboração se dá, exclusivamente, no corpo-a-corpo físico com a metrópole. O processo de elaboração do lambe-lambe tem outra natureza, inclusive por que ele é concebido para um campo pré-determinado e restrito – a folha de papel. 

Na sequência de eventos que o Coletivo Água Branca vem promovendo, a ampliação de diálogos no âmbito da arte pública tem sido o foco central. É o que acontece, também, com a exposição LAMBE-LAMBE – mostra pensada como evento paralelo à comemoração do dia do graffiti. Nela colocamos em destaque a força da imagem gráfica concebida para o muro urbano – uma força que será potencializada, nesse projeto, pela diversidade de abordagens, realizadas por artistas de diferentes formações e procedências. Durante um mês, imagens nômades acampam no parque da Água Branca, interagindo entre si e propondo ao público uma reflexão sobre vida e arte na metrópole paulistana.


20100325

Coran Can por Nick Walker



A pintura acima foi feita no Quai de Valmy, no centro de Paris. É em resposta à decisão de Sarkozy de proibir a burka. 
 Nick: "É particularmente tenso em Paris, estão entre as eleições e a reação deve ser bastante forte. A polícia descobriu o grafite 30 minutos depois de ter sido concluído e não esperamos que ele continue a longo prazo". Depois de meses de disputas, o governo acredita estar a apenas alguns dias de ratificar a proibição.