20091028

Documentário ou ficção?

Filmes! Assim Marcelo Novais Teles define o trabalho que vem fazendo há mais de 20 anos.

Documentário porque filma pessoas reais em situações cotidianas e tudo que é contado é verdade. Ficção porque dirige as pessoas como se fossem atores de suas vidas, refazendo os planos quando não ficam bons, como no cinema. Por isso brinca dizendo: “faço filmes de verdade ou verdadeiros filmes. Não sou cineasta nem videoasta e sim “filmeasta”.

Optou pelo formato vídeo quando este começou à chegar no mercado. Seu primeiro curta – metragem: “Jour de deuil” (dia de luto) foi filmado em Milão em 1986, com uma câmera VHS-C. Desta experiência surgiu o desejo de fazer cinema. Voltou para Paris onde morava desde 1981 e começou a escrever e procurar produzir seus roteiros. Em 1985 tentou entrar no I.D.H.E.C , atual FEMIS. Não foi admitido, mas conheceu um grupo com quem seguiu trabalhando durante anos. Foi co-roteirista, ator, assistente câmera, cenógrafo e editor.

Como filmar em película custava muito caro, decidiu fazer seus filmes em vídeo. “Além do quê, para mim plano em 16mm ou 35mm é necessário uma enorme equipe. Muita gente à toa, esperando sua vez para entrar em ação, acho um desperdício. No final o resultado em película é bonito, mas muitas vezes sem alma. Muita preocupação com a forma, esquecendo-se do conteúdo. Prefiro equipe reduzida e reciclada: quem foi ator num plano, será câmera no outro, contra-regra ou engenheiro de som.”

Percebi a importância de sua obra quando me dei conta que a maneira que Marcelo Novais produz seus filmes é um método de fazer cinema, até hoje muito pouco explorado. Uma pena pois é o típico cinema underground quando se trata de orçamento, pois os atores são seus amigos, que na grande maioria das vezes nunca atuaram, suas locações ou são apartamentos de amigos e conhecidos ou lugares públicos, a direção, câmera, som, direção de arte, produção, edição e mixagem é tudo ele quem faz. Sua câmera não passa de uma Panasonic NV-GS180. Tem total liberdade para fazer seu filme da maneira "que o entende". E se entendem, pois seus filmes funcionam.
Um método que poderia ser divulgado para estimular e encorajar novos produtores. O famoso "faça você mesmo".
Como ele mesmo se diz a favor da pirataria, tenho todos os seus filmes, quem se interessar é só deixar um comentário nessa postagem, que envio por email.

20091021

Honestidade - Revista Trip

Assunto bem delicado se tratando de um país como o nosso, afinal o exemplo vem de cima, ou "de lá  dos de cima".
A revista Trip vez uma edição especial: Honestidade. Vai encartar notas de R$ 2 em 3.000 exemplares da próxima edição, pedindo que elas sejam devolvidas para um determinado endereço.
Foi você que perdeu esse dinheiro?
Vendo o lado positivo dessa ação, a questão não é se vão ou não devolver a nota para a revista, mas tocar no assunto honestidade com o povo. Num momento Sarney, acaba colocando em pauta e claro repercutindo o nome da revista.

20091018

Queima Obras Hélio Oiticica

O acervo de um dos fundadores do neoconcretismo, o artista Hélio Oiticica, falecido em 1980,  queimou entre sexta e sábado. Simplesmente perdeu-se 90% das obras do artista que não estavam seguradas, um prejuízo calculado em 200 milhôes de dólares. Só se salvaram CDs e arquivos de computador. E lá se foram todos os parangolés. Queimou-se o Tropicalismo, a idéia do Brasil novo, a possibilidade do inédito, do eterno velho Brasil renovado.

O acervo do artista, guardado no primeiro andar da casa da família no bairro do Jardim Botânico no Rio de Janeiro, se perdeu enquanto seus parentes, que estavam no segundo andar, sentiram um forte cheiro de queimado.
O pior dessa história é que a prefeitura teve um longo entrevero com a família pela posse e preservação das obras. Em 1981, foi criado sob responsabilidade da família, o Projeto Hélio Oiticica. Em 1996, a secretaria municipal de artes do Rio de Janeiro fundou um centro de artes para abrigar todo o acervo, mas brigas entre a família e o governo por causa de (não) pagamentos azedaram o diálogo. Em abril de 2009, os herdeiros de Hélio suspenderam uma exposição, alegando falta de pagamento, que foi regularizado, mas a família não devolveu a maior parte das obras, que estava na reserva técnica do Projeto Hélio Oiticica, que segundo eles, possuía as condições necessárias para a preservação das obras, as mesmas que foram queimadas ontem, seis meses após a contenda.
Jandira Feghali, a secretária de cultura lamentou a perda, mas declarou que a prefeitura lutou pelas obras. César, o irmão de Oiticica que se dedicou a proteger a obra do irmão, declarou emocionado que assume sua falha, apesar da sala na qual ocorreu a tragédia, ter controle de umidade e temperatura.

20091014

Coletivo HUNNO


Desenho do Thiago M



Seus desenhos são feitos com nanquim e tem como característica traços não lineares e finos, preenchendo toda a folha:





Foi feito de presente para uma amiga fotógrafa.




20091012

Galeria Vermelho + SUPERFLEX

O Coletivo dinamarquês SuperFlex, do Guaraná Power e Free Beer, está na Galeria Vermelho,SP, mais uma vez.


Nesse link vocês poderão ver vídeos, imagens, currículo , bibliografia, links, do SuperFlex e também de outros artistas que estarão na Galeria Vermelho.

20091007

Stencil - coletivo HUNNO




Projeto - Intervenção IA

Já na capa apresento que essa Intervenção tem finalidade poética, o choque ou impacto que causará, será tão pequeno que incitará a AÇÃO.


INTERVENÇÃO IA




Local: Sarau Experimental, no IA (Instituto de Artes) Unesp.

End:

Rua Dr Bento Teobaldo Ferraz, 271

Barra Funda

Ao lado do metro Barra Funda.

Dias: 10, 11 e 12 de outubro/09.

Entrada gratuita.

Site especific: Escada de incêndio.



Fotos da Escada de incêndio:






São três dias de Sarau, vamos fazer duas intervenções, uma no sábado e outra no domingo. Vamos utilizar a mesma estrutura, o mesmo site especific, para as duas intervenções, mudando o conteúdo da intervenção.



ESTRUTURA








o esquema acima mostra as estruturas que irão suportar o "tecido flutuante infinito"

As estruturas 1 e 2 são feitas de madeira pregadas entre si para formarem uma estrutura triangular de sutentação para suportarem a tração feita pelas pessoas.

Entre as estruturas 1 e a 2 colocaremos um cano de pvc (o qual será amparado em um fio de nylon que estara preso na estrutura de madeira), para que este de sustento e deslocamento ao suposto tecido (plástico bolha e tecido branco). Em volta do cano de pvc passaremos cola de silicone com o intuito de fazer um grip no tecido para que este não se desloque pela ação do vento. (espero que de certo)




CONTEÚDO DA INTERVENÇÃO:

Conteúdo 1° dia (Sab)

Material : Plástico bolha.

Objetivo: Interação e transformação.

O plástico bolha causa na maioria das pessoas um impulso de querer estourá-la, portanto aproveitando esse hábito das pessoas em relação ao plástico bolha, queremos que se torne um meio de aproximação entre as pessoas que estão no mesmo lugar, no caso o sarau, abrindo espaço para interação e para a modificação, pois estourando o plástico bolha ele se transforma, muda seu formato, textura.

Dar espaço para as relações humanas, dar espaço para as pessoas trocarem experiência e dividirem o mesmo espaço se olhando, se sentindo e conversando.



Conteúdo 2° dia (Dom)

Material: Tecido “em branco”.

Objetivo: Inserção e sensação espacial e desmistificação da Arte.

Dar espaço a qualquer pessoa que esteja no Sarau, se expressar artisticamente, da maneira que quiser e souber. Ex: Stencil, grafite, stickers, recorte, colagens. Vamos disponibilizar alguns materiais.

Uma maneira das pessoas se sentirem parte daquele espaço em que estão inseridos, não importando se estão ali só por duas horas, dois dias, etc, podendo mostrar seu olhar, seu sentimento e sensação naquele momento, naquele espaço e com aquelas pessoas. Normalmente não temos espaço para sermos ouvidos, não importando se estamos interagindo bem com aquele espaço.

E temos a concepção de Arte muitas vezes elitizada, a Arte é qualquer coisa que registre seu pensamento e emoção, portanto uma forma de desmistificar a Arte.

Um forma de registrar aquele momento, aquele dia 12/10/2009 que é único, essas pessoas nunca mais poderão voltar naquele exato momento, podem até voltar no mesmo lugar, no mesmo sarau, mas vai ser outro dia, outro cosmo, outro universo, outras estrelas.




PROGRAMAÇÃO DO SARAU EXPERIMENTAL:



20091006

Expo Sticker 09 - El Cabriton

Lançamento da Expo Stickers 09 foi na loja El Cabriton, na rua Augusta com a Al. Jau.
Mais uma iniciativa bacana, até onde eu saiba não existe nenhuma exposição de sticker. Foi bastante gente, muita galerinha nova, todos trocando sticker e colando na faxada da loja.
Teve um que superou, dá uma olhadinha na foto:



A faxada como ficou, depois de umas quatro horas:



20091005

OLHO DA RUA

A Exposição "Olho da rua" acabou ontem, na galeria olido. A proposta é muito interessante, o assunto mais ainda, se tratando de uma exposição desse nível temos que concordar que não é todo dia que nos defrontamos com esse tipo de iniciativa. Parabéns!







“Cracolãndia, igreja e estado assistem lá em cima…”


A Exposição busca adentrar o universo das pessoas que vivem em situação de rua, suas dificuldades, estratégias de sobrevivência, problemas decorrentes, expectativas de vida, possibilidades de luta e transformação social. A idéia é unir o trabalho de artistas que refletem sobre o tema com o olhar de pessoas que diretamente vivenciam ou vivenciaram o universo das ruas

EIA – Experiência Imersiva Ambiental

EIA – Experiência Imersiva Ambiental é um coletivo aberto de artistas que realiza anualmente desde 2004, entre outras ações, um festival de arte urbana em São Paulo aberto à participação de artistas e coletivos de arte de todo o Brasil e do mundo.

CILDO MEIRELES - Dessacralização da arte, Produção conceitual e Desmaterialização do objeto.

Nestes anos de censura, medo, e silêncio, que se seguiram à promulgação do AI-5, Cildo Meireles destacou-se por uma série de propostas política e socialmente críticas, como por exemplo, seu trabalho em carimbo em notas de um cruzeiro: “Quem matou Herzog?”, de 1975. Uma mensagem explícita, ainda que anônima, de sua visão da arte enquanto meio de democratização da informação e da sociedade. Motivo pelo qual costumava gravar em seus trabalhos deste período a frase: “a reprodução dessa peça é livre e aberta a toda e qualquer pessoa”, ressaltando a problemática do direito privado, do mercado e da elitização da arte.




É também, neste mesmo período, que o artista elabora seu projeto “Inserções em circuitos ideológicos”, que consistia em gravar nas garrafas retornáveis de Coca-cola informações, opiniões críticas, a fim de devolvê-las à circulação.


Já no final da década de 1970, passa a explorar através de seus trabalhos, a capacidade sensorial do público (gustativa, térmica, oral, sonora) como chave da fruição estética, e em detrimento da predominância visual das artes plásticas. Emprega cada vez mais, mas sempre em função de uma idéia, materiais precários, efêmeros, de uso cotidiano e popular.
Particularmente na década de 80, Cildo Meireles não aderiu a proposta de revitalização da pintura, como grande número de artistas da geração 80 a fizeram. Ele seguiu com sua produção conceitual de múltiplas linguagens e suportes empregados. Entretanto, perpassando décadas e acumulando estilos e idéias, este artista - sendo um seguidor e fomentador da contravenção Duchampiana de dessacralizar a arte - incorpora em seu repertório um citacionismo irônico da tradição da arte que domina nos anos 80. Deste modo, ele promove amplas possibilidades de expressão sobre a escultura desmobilizada de preceitos formais.
Vale dizer, que a intensa produção de Cildo Meireles, ainda em andamento, ampliou seu campo criativo ao inserir instalação, objeto e tecnologia. Além disso, ele reafirmou seu compromisso com o público e não com o mercado de arte. Seu trabalho simboliza o máximo grau atingido pela relação aberta entre linguagem e interação.